Pensamento do dia:
O amor é como capim: você planta com cuidado, rega com carinho e, de repente, ele cresce. Aí, do nada, vem uma vaca e acaba com tudo!

Não, nem me fale da lista de bestsellers da veja ou da folha. Tem tanta coisa melhor por aí e sempre teve.

Hoje só The Gathering mesmo.

Talvez eu goste do Japão porque assisti animes demais. Talvez eu goste do Japão porque treinei Aikido demais. Talvez eu goste do Japão porque a Sofia mostra uma cidade triste, cheia de pessoas tristes, com incríveis neons piscando, gritando coisas que eu não consigo entender. Talvez eu goste do Japão por este Q de desconhecido, meio antigo cultural, meio pop exagerado. Talvez eu goste porque acho que lá todos são certinhos e, nos filmes, até os certinhos fazem loucuras. Será que São Paulo é um pouquinho disso tudo?

Dia de finados. Não me lembraria da data se não ligasse a televisão. Penso comigo se deveria ir ao cemitério. No mínimo duas pessoas mereceriam minha visita: dois grandes avôs que tive. E um outro, lá longe. Tenho pensado bastante neles nos últimos tempos e minhas lembranças cada vez mais vivas. Do primeiro, a viva lembrança de um saco cheio de figurinhas numa bela tarde de domingo e um cachimbo no quarto dos fundos. Do último, um pé cheio de jaboticabas, um dinheirinho pra comprar pipoca, um sorriso bacana, sincero. Do segundo, jogos, idas e vindas a escola, futebol, cuidados do cachorro, a volta do karate, sempre se escondia e aparecia de repente querendo me assustar. Seu jeito de falar, sua bondade. Sinto-me culpado, frágil, como se traído pela ignorância. Por tão pouco tempo não pude ajudar. Penso no que faria se fosse hoje. Será que ajudaria, será que realmente prestaria atenção? Será que essa vida permitiria? Será que eu usaria essa desculpa da pressa da vida? Até quando vou usá-la? A gente vai levando a vida do jeito que dá, tenta viver, tenta sorrir, tenta se esquecer da dor, tentar lutar, tenta vencer, mas se esquece de olhar certas coisas e, quando a gente vê, já é tarde... e quando é de um dia pro outro...

Ouvindo : Musiquinha de natal...
Fazendo narrativa sobre prática médica... Perplexo diante da terminalidade dessa vida, confuso sobre a brevidade dos dias, revolvo com a frivolidade das pessoas, triste pela minha própria hipocrisia.

De um presente não muito presente...
Continuo o mesmo banana, cliché, sonhador, estupidamente lírico, sem muito talento! Bah!

E quanto mais o mundo te bate, mais você se segura em lembranças e, então, já não são mais memórias somente, mas tudo aquilo que te mantém firme, na linha, apesar de um pouquinho triste.

Ouvindo : still...
Ficar trocando de conta do Google enquanto você lê e-mails e acessa o blog ou o orkut é um pé no saco.

Ouvindo : Loony Johnson - Crazee
"A realidade é apenas conflito e ver ciência como solução é descrever, de novo, um mesmo mito."

ONU adverte: mundo pode acabar antes do milésimo gol de Romário. É mais ou menos o que diz o relatório do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas.
Nominimo, do iG

Ouvindo : Eric Clapton - Me and the Devil Blues
Me apego às coisas do passado esperando que o presente seja menos cruel.
Na verdade, só piora tudo.

Ouvindo : Eric Clapton - Little Queen of Spades
Essa solitude impregnada nesta vida sem graça. Tanto lá fora e nada aqui dentro. Um universo inteiro que se mexe e essa estrela que não sai do lugar. Ó estrelinha, qual é o problema? Tantas ruas, tantas luzes, tantas almas lá fora! Saia! Saia! Vá buscar algo... Ah, aposto que você não é a única! Mas se todas elas estiverem assim, sozinhas escondidas, como encontrá-las?

É que aí, não mais que de repente, alguém faz a gente. E, sem perguntar nem nada, obriga-nos a viver... simplesmente assim, sem motivo nem nada! Só viver! Mas, porra, tá cada dia mais difícil.

Ouvindo : Miles Davis and John Coltrane - So What
?Fala-se muito em decoro parlamentar. Eu não sei o que é decoro com um barulho desses enquanto a gente fala. Aqui parece um mercado. Isso aqui representa um país. Nem na televisão, que é popular, se faz isso"

Sabe, estava pensando, aquela foto daquela pessoa desconhecida que te ajudou um tanto na última viagem, sabe? Isso, aquele cara que te deu um prato de comida e um teto quando o refúgio estava fechado, depois de cinco horas de caminhada pela mais terrível nevasca; aquele cara que te deu uma carona do nada, sem te conhecer, só pra te ajudar, sendo que o caminho dele era o oposto; aquele que te viu perdido e resolveu te ajudar, sem pedir nada em troca, só por ajudar... As fotos passam e, no meio de tantas paisagens belíssimas, uma sua ao lado de tão gentil alma. Talvez você tenha tirado essa foto por reconhecimento, talvez por agradecimento, fato é que esta foto te provoca tantas, tantas boas lembranças... na verdade, não lembranças, um sentimento de que há beleza no mundo (fora as paisagens e aquele ofuro quentinho com ervas) e isto você tem orgulho de mostrar, mesmo que ninguém realmente pareça se importar. No entando, você tem a certeza de que foram grandes momentos vividos e que te ensinaram muito. Agora a dúvida, coloco ou não estas fotos em um porta-retratos?

Ouvindo : Anathema - Pressure
Ano novo, vida velha. Chego de viagem, procuro por notícias de meus amigos e simplesmente isso. E-Mails, propagandas. Celular, não toca. Secretária eletrônica sem recados. Blog, sem comentários. O lgr ainda me faz perder 73,2469% da graça disso aqui. Um pinguinho de não querer ter voltado, uma pontinha de saudades, uma lembrança da sensação de desbravar uma cidade sozinho com minha mochila, a intensa lamentação pelas outras pessoas, a triste volta invisível a essa cidade fria.