segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Talvez eu goste do Japão porque assisti animes demais. Talvez eu goste do Japão porque treinei Aikido demais. Talvez eu goste do Japão porque a Sofia mostra uma cidade triste, cheia de pessoas tristes, com incríveis neons piscando, gritando coisas que eu não consigo entender. Talvez eu goste do Japão por este Q de desconhecido, meio antigo cultural, meio pop exagerado. Talvez eu goste porque acho que lá todos são certinhos e, nos filmes, até os certinhos fazem loucuras. Será que São Paulo é um pouquinho disso tudo?

sábado, 3 de novembro de 2007

Dia de finados. Não me lembraria da data se não ligasse a televisão. Penso comigo se deveria ir ao cemitério. No mínimo duas pessoas mereceriam minha visita: dois grandes avôs que tive. E um outro, lá longe. Tenho pensado bastante neles nos últimos tempos e minhas lembranças cada vez mais vivas. Do primeiro, a viva lembrança de um saco cheio de figurinhas numa bela tarde de domingo e um cachimbo no quarto dos fundos. Do último, um pé cheio de jaboticabas, um dinheirinho pra comprar pipoca, um sorriso bacana, sincero. Do segundo, jogos, idas e vindas a escola, futebol, cuidados do cachorro, a volta do karate, sempre se escondia e aparecia de repente querendo me assustar. Seu jeito de falar, sua bondade. Sinto-me culpado, frágil, como se traído pela ignorância. Por tão pouco tempo não pude ajudar. Penso no que faria se fosse hoje. Será que ajudaria, será que realmente prestaria atenção? Será que essa vida permitiria? Será que eu usaria essa desculpa da pressa da vida? Até quando vou usá-la? A gente vai levando a vida do jeito que dá, tenta viver, tenta sorrir, tenta se esquecer da dor, tentar lutar, tenta vencer, mas se esquece de olhar certas coisas e, quando a gente vê, já é tarde... e quando é de um dia pro outro...

Ouvindo : Musiquinha de natal...
Fazendo narrativa sobre prática médica... Perplexo diante da terminalidade dessa vida, confuso sobre a brevidade dos dias, revolvo com a frivolidade das pessoas, triste pela minha própria hipocrisia.