domingo, 16 de maio de 2010

No fim, ele dançou a tal valsa com a paixão platônica, mas não se beijaram no final e nem o filme acabou. Ele, ainda em estado de graça, não sabia o que fazer. Nem se dara conta do que acabava de acontecer. Ela, em pé em sua frente, chamando-o pra dançar a valsa. Ele estendeu sua mão e segurou a dela com tamanho encanto... esses jovens! Se preocupou tanto se dançava direito que nem aproveitou aquela companhia. Quantas vezes sonhara com aquilo? Esperava que durasse a noite toda, mas findados alguns minutos tudo teria acabado. E acabou. Abraçaram-se e cada um voltou pro seu canto. Mais no fim ainda ele acabou com sua outra paixão, talvez sua única paixão, totalmente transloucado por acontecimentos ininarráveis. Nessa mesma noite ela se foi e, aparentemente, pra sempre. Apareceu uma vez ou outra, mas não era mais ela.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A vida evoluiu do Pense bem e chocolate surpresa pro Pogobol, pro ioiô da coca e cavaleiros do zodíaco. Do Atari, veio o Master e o Nintendo. Veio então a fase do cinema. A gente se encontrava na frente da Mesbla, comia um Mcalgumacoisa por R$4,50 e ia ao cinema, ou o contrário. Quando sobrava um pouco de dinheiro sempre rolava uns jogos na divertlândia. Nessa época já tinha SuperNintendo e o MegaDrive. Vieram, então, as aulas de violão, que sempre resultavam em rodinhas no gramado no recreio ou após a aula. Nessa época os sentimentos iam e vinham como tempestades, como músicas que não duravam mais de 3 minutos. Veio então o Nintendo64 e o playstation e, das tardes sentados no gramado, a vida foi se transformando em carteiras, livros e pressão de vestibular. Já nessa época todos estavam muito preocupados com a prova pra reparar em tudo aqui que mudava. e mudou muito. O baile de formatura do 2.o grau foi talvez o marco pra muitos do fim dessa fase (e tem gente que acreditava que dançaria valsa com aquele amor platônico e o filme acabaria num beijo). A faculdade, enfim, de tão nova, fascinante e curta logo se transformou em memórias, na maioria boas. Trabalho, concurso, casamento, filhos. Hoje já temos o playstation3 e até roda windows em videogame. Alguns fizeram um caminho mais longo, mais tortuoso. Talvez não se conformassem tanto com os rumos e tentaram algo diferente. Talvez tenham conseguido. Eu, bobo que sou, enfim chego ao final de mais uma etapa e, confesso, tenho medo e uma tristeza que embola esse coração. Aceito que esse medo é normal, que faz parte da vida, mas isso não o torna mais suportável. Olho pra trás e confesso que tenho saudades. Gostaria que tudo fosse mais fácil e eu simplesmente pudesse ligar pra todas aquelas pessoas importantes que não estão mais presentes... não dá... acho que já vi esse filme e não dava certo. Isso tudo só pra escrever a porra dos agradecimentos do convite de formatura.
As vezes esse celular mudo me dá um aperto no peito
Como dizia o Leminski, viver não tem cura.