terça-feira, 24 de maio de 2011
Sempre gostei de séries, mas nunca fui fiel a uma como sou a E.R., Emergency Room, Plantão Médico. Lembro quando comecei a assistir, passava tão tarde no SBT e eu não tinha idade pra ficar acordado. Aquela movimentação toda me fascinava. Confesso que tenha sido uma das maiores contribuições a minha dedicação a medicina. Cresci acreditando que um pronto-socorro era como o County Hospital, em Chicago. Acreditava que dava pra parar um pouquinho no meio do plantão pra jogar basquete no meio da noite, que a gente tomava café todo dia de manhã no trailer da frente, que nevava e ficávamos presos na rua, mas não sem antes jogar uma bola de neve na cara do seu colega. Achava que, quando o plantão terminasse e saíssemos do trabalho, a música começaria, a cidade mostraria-se colorida e um sorriso iluminaria o rosto, enquanto os créditos subiriam. No dia seguinte, tudo começaria com um "previously in ER" e eu seria atualizado de todos os fatos, de tudo que era importante pra mais um dia incrível, ao lado de pessoas incríveis, um dia de alegrias e sofrimento que valeria toda a pena. Posso processá-los por terem me iludido tanto?
Hoje estava sendo no sofá, olhando pra lugar nenhum, pensando no rumo que vida tinha tomado. Aproveitei e pensei em todos aqueles que estiveram ao meu lado durante todos esses anos. Hoje, cada um em seu lugar e, em algum momento, devem parar e pensar o mesmo. Acho que estou me dando conta que cresci, que a vida não é mais diversão, não são horas de conversa no telefone, não é mais dever de casa, não é estudar pra prova. Começo a perceber que hoje não posso falar dos meus colegas como "meninos" e "meninas". Mas o que mudou aqui dentro, senão a falta que sinto por não ter mais tudo isso?
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