domingo, 14 de agosto de 2011

Retrato de um dia dos pais

As imagens fazem parte da minha vida como as músicas. Bem pela manhã - não tão pela manhã assim - acordei e meu irmão já se encontrava em casa. Tinha deixado tudo preparado no dia anterior, então foi só entregar a ele e felicitar nosso pai. Convencemo-no a almoçar fora. Na verdade, nem perguntamos se ele queria. Aquilo parecia tão bom, diferente, digno de uma comemoração. Minha mãe, por outro lado, mostrava-se pouco interessada e tentava boicotar o plano, em vão. Fomos. Oito mesas na nossa frente, espera de uma hora, que passou tão rápido que nem vimos. Uma visita a minha vó. Ela sempre tão feliz com visitas... acostumou-se com a casa sempre tão cheia que ainda sofre por todos terem crescido e seguido seu rumo. Não sabia o que fazer com aquela casa toda cheia, mas um sorriso permanecia em seu rosto. Uma notícia estarrecedora me porturbou profundamente. O professor mais alegre e brincalhão que tive falecera. Tão novo, tão precoce... Ouvi tantos "pra morrer basta estar vivo" que não pude deixar de refletir sobre o que significava "estar vivo". Logo, deixamos os de mais idade em seu alegre jogo de baralho e fomos ao parque, assistir a Fernanda Takai divertindo crianças enquanto o céu se encarregava de deixar tudo mais especial. Bem bonito. Em certo ponto, com o solzinho se pondo ao fundo, nossos olhos não deixaram de reparar: um lençol estendido sobre a grama, um mãe sentada, tomando chimarrão, o pai deitado lendo um livro e a criança, entre os dois, brincando. A vida não pode ser mais simples e feliz, pode? Tantos pais, tantas mães, tantas crianças brincando e sorrindo. Após, teatro que já, ao entrar, já mostrava os atores em cena, esperando-nos. Eduardo Moscovis, você está sentado no meu lugar! Que nonsense, não? Tantas imagens, tantos sentimentos. No final, a certeza que as coisas precisam mudar e o primeiro passo será dado amanhã cedo, bem cedo. Aguardem!

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